segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

MEMÓRIAS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


Encontrei o senhor José Dezidério em Timon. Hoje com 92 anos de idade, Dezidério já foi soldado do exército e partiu junto a Força Expedicionária Brasileira (FEB) até a Itália para combater na Segunda Guerra Mundial. 
A história me deixou impressionado. Sempre gostei dos lances e facetas da história, e ter uma testemunha daquele conflito em minha frente foi um espetáculo. Nem pensei duas vezes ao saber da história. Peguei gravador e câmera e corri para entrevistar o senhor.
O que mais admira nesta testemunha de um tempo difícil é o vigor e saúde. O senhor Dezidério ainda lembra de detalhes do conflito, lê e toma poucos remédios. Visita amigos, anda e ainda conta com riqueza de detalhes sua passagem pelo exército.
Dezidério foi para a Itália com 22 anos de idade e solteiro. Já sabia ler na época, coisa q no período era algo admirável.


Antes de sair ele me mostrou uma surpresa que me deixou mais admirado ainda. Um uniforme que ele ganhou após a guerra com a logomarca de uma cobra fumando no braço direito. Segundo o Tenente, a farda foi entregue para os desfiles de 7 de setembro.
A logomarca da cobra fumando veio de uma promessa do então presidente do Brasil na época da guerra. Getúlio Vargas havia prometido ao povo brasileiro que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra. Após inúmeras investidas dos Estados Unidos e até uma ameaça de invasão ao nordeste brasileiro, Getúlio colocou o Brasil na guerra, e foi aí que a cobra fumou.



Na fotografia abaixo, um detalhe da farda. Um broche com o símbolo da nação na gola.

José Dezidério já recebeu algumas homenagens por ser ex-combatente da FEB. na foto abaixo, a homenagem diz: "A Vos dos que não ficaram em Pistóia" (Pistóia foi o local onde foram enterrados os combatentes brasileiros mortos na guerra).

Hoje, Dezidério mora em uma humilde casa em Timon, que por ironia do destino, fica em frente ao BATALHÃO DE POLÍCIA da cidade. Destino, vocação ou acaso?

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